A telecirurgia registou mais um marco com uma complexa cirurgia córnea conduzida com sucesso na cidade italiana de Bari. A latência do 5G, inferior a 50 milissegundos, revelou-se crucial para o cirurgião manobrar os braços robóticos em tempo real e concluir o procedimento sem atrasos nem interferências.
Temos vindo a assistir, nos anos mais recentes, a várias cirurgias remotas realizadas com o paciente e o cirurgião separados por centenas ou milhares de quilómetros. As redes 5G estão a impulsionar a inovação na telemedicina e, em particular, na telerrobótica, que começa agora a entrar nas rotinas das clínicas e hospitais. Os procedimentos médicos, nas salas de operações, estão cada vez mais sofisticados, com novos marcos a serem assinalados em diferentes partes do mundo. Esta semana, a Policlínica Bari, na Itália, anunciou mais um feito: a primeira cirurgia córnea conduzida remotamente através de uma ligação 5G.
Gianni Alessio é o cirurgião que, a partir do seu laboratório e, utilizando uma plataforma 4D, conduziu dois braços robóticos, enquanto o paciente estava na sala de cirurgia da clínica oftalmológica assistido por uma equipa de médicos e enfermeiros. Os dois locais encontravam-se devidamente apetrechados com dois módulos de rádio 5G conectados a uma rede privada através de fibra ótica de 10Gbps, instalada e operada pela TIM, empresa de telecomunicações italiana.
O paciente, com 53 anos, sofria de distrofia epitelial de Cogan, patologia caracterizada pela presença de lesões na córnea que provocam visão turva, dor e lacrimejar excessivo. “O tratamento tradicional a laser necessário para remover irregularidades no formato da córnea foi realizado remotamente pela primeira vez a nível mundial”, anunciou esta semana o operador de telecomunicações.
A ligação 5G permitiu manter a latência de transmissão de dados inferior a 50 milissegundos, revelando-se essencial para que o médico pudesse conduzir a operação sem atrasos nem interferências durante todo o procedimento, que ficou concluído ao final de uma hora. “Realizar a operação com controle remoto, através de processos totalmente automatizados, abre novas fronteiras para a cirurgia oftalmológica, permitindo, a partir de agora, operar patologias complexas da córnea à distância, com total segurança, onde quer que esteja localizada a sala cirúrgica”, rematou Gianni Alessio, citado no comunicado do operador TIM.
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