Vídeos imersivos, wearables, tablets tácteis, apps com relatos e informações em tempo real das provas desportivas, comunicações seguras de voz e áudio ou bilhetes digitais são algumas das inovações, suportadas na conectividade 5G, que vão apoiar o maior acontecimento desportivo mundial a decorrer, entre julho e agosto de 2024, em França.
Grandes eventos internacionais implicam sempre enormes e complexas operações logísticas e os Jogos Olímpicos em Paris, França, a acontecer entre 26 de julho e 11 de agosto de 2024, não fogem à regra. Basta olhar para os números envolvidos e para a tecnologia que irá apoiar a sua realização. A organização está, com o apoio do operador de telecomunicações Orange, a concluir a construção e o teste de uma importante rede de fibra e 5G de 100 Gbps para suportar 878 acontecimentos desportivos em 120 locais, com 15 mil atletas, administradores, parceiros de media e ainda cerca de quatro mil milhões de espectadores em todo o mundo que se estima poderem vir a assistir às provas das Olimpíadas e das Paraolimpíadas.
Um dos momentos mais aguardados é, naturalmente, a cerimónia de abertura, momento em que, aproveitando a rede 5G privada, se irá utilizar câmaras dos smartphones para fornecer imagens ao vivo dos vários barcos que vão descer em procissão o Sena. A mesma tecnologia será usada nos capacetes dos atletas, de forma a aproximar os telespectadores ao centro da ação. Para fornecer vídeos imersivos às audiências de todo o mundo, as câmaras foram instaladas em cada barco, podendo transmitir imagens através da rede móvel privada. A solução permitiu dispensar os cabos de fibra ótica, cuja instalação seria impossível em barcos que vão estar em movimento.
A conectividade 5G irá facilitar, do mesmo modo, inúmeras soluções inovadoras, entre as quais uma aplicação oficial para o público presente nos estádios com relatos e comentários em tempo real em francês e em inglês. Serão prestadas também informações aos espectadores sobre as regras e os regulamentos das 32 modalidades desportivas envolvidas no evento.
O staff da organização também vai estar ligado através do Team Connect. Trata-se de um serviço push-to-talk que permitirá, pela primeira vez na história dos jogos olímpicos, a comunicação por voz e por vídeo de forma segura e privada entre o pessoal da organização, as equipas de emergência e as brigadas de segurança.
Muitas outras aplicações estão atualmente a ser testadas como o Touch-to-See, um tablet háptico para os espectadores com deficiência visual que poderão rastrear onde os jogadores estão em campo. Vale a pena ainda referir o uso experimental de Paralive Bodycap, um comprimido que um grupo selecionado de atletas paraolímpicos irá tomar para monitorizar os níveis de atividade durante desportos especialmente intensos, como rugby em cadeira de rodas, basquetebol e esgrima.
Espera-se ainda que a rede 5G facilite partilha de vídeos de alta-fidelidade mais contínua e sem interrupções através da internet móvel. Segundo os organizadores, os recintos vão contar com mais de 12 mil ecrãs, oito mil terminais WiFi e 13 mil computadores conectados por quase 400 mil km de cabo de fibra ótica, que irão transmitir os jogos dos estádios.
O 5G e outras conexões também vão permitir o acesso aos locais, já que as Olimpíadas de Paris de 2024 serão as primeiras a eliminar o papel e a operar exclusivamente com ingressos digitais. Espera-se ainda que, através de uma arquitetura técnica com menor consumo de energia e de uma rede 5G mais eficiente, seja possível reduzir a pegada de carbono direta e indireta das Olimpíadas de Paris.
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