Os Metaversos permitem explorar as mais diversas experiências incluindo viagens no tempo ou através do espaço. Com a ajuda do 5G, os ambientes Metaverso, gerados computacionalmente através de Realidade Virtual e Realidade Aumentada, e com recurso a tecnologia como Inteligência Artificial, Visão Artificial, Edge Computing, Blockchain, entre outras, vão transformar todos os sectores, da Indústria à Saúde, passando pela Educação ou Entretenimento para citar apenas alguns. Venha conhecer os 10 ambientes que selecionámos para si.
O smartphone toca e, diante dos nossos olhos, surge o holograma de quem nos ligou. A videoconferência começa e a sala de reuniões enche-se de colegas em quem podemos até tocar. O adolescente lá de casa foi, entretanto, sair com os amigos, mas continua no quarto – é o seu avatar que, afinal, está a jogar na terceira dimensão. Tudo isto é virtual, sim, mas também é real. Sejam, então, bem-vindos ao Metaverso, uma nova forma de estar e de interagir online em espaços mais realistas do que nunca.
Conhecemos já alguns recursos tecnológicos que permitem explorar Metaversos, como dispositivos de Realidade Aumentada (RA) e de Realidade Virtual (RV), que, juntamente com o 5G, tornaram possíveis concertos com hologramas de artistas desaparecidos; conferências com estrelas de Hollywood que se encontram a milhares de quilómetros de distância; ou criar cabines de prova virtuais onde tudo se experimenta sem qualquer contacto físico com o vestuário. Mas o que se prevê para os próximos anos é uma viagem ainda mais vertiginosa no trabalho, na escola, nas compras ou no lazer. O 5G abriu essa porta, conectando quase instantaneamente o mundo físico ao mundo virtual construído a três dimensões.
As redes móveis de quinta geração vão permitir streamings em 4k e 8k sem falhas, downloads ultrarrápidos, acesso em simultâneo a vários dispositivos ligados à Internet ou jogos e eventos online para grandes audiências. Velocidade, baixa latência e largura de banda do 5G é tudo o que as tecnologias precisam para funcionarem de forma conectada, fluída e eficaz.
O Metaverso, considerado já como a próxima versão da Internet, vai tirar partido da Inteligência Artificial, da Realidade Aumentada, da Realidade Virtual, suportadas pelo Edge Computing ou pelo Blockchain e aliados à conectividade das redes 5G, para recriar os ambientes online mais imersivos e interativos de sempre.
Visite agora 10 ambientes que, nos próximos anos, poderão mudar radicalmente com o Metaverso. É justamente pelas nossas casas que iremos começar.
Salas vazias convertidas em espaços acolhedores com écrans gigantes para interagir em filmes ou experimentar desportos e jogos na companhia de convidados presenciais ou virtuais, este é um dos cenários da próxima vaga do entretenimento imersivo projetado pela indústria. À medida que as tecnologias de Realidade Aumentada e Virtual se tornam mais avançadas, smartphones, tablets ou portáteis serão substituídos por óculos ou auriculares de RA, permitindo circular livremente pela casa para jogar, ver filmes ou praticar exercício físico num ginásio virtualmente equipado.
Os adolescentes terão sido os primeiros a ter um vislumbre do que significa o Metaverso, com consolas de última geração, simuladores de voos ou dispositivos hápticos que produzem sensações de toque realistas. Mas há mais a caminho, com a alta velocidade e a latência ultrabaixa do 5G a poderem permitir que jogos online multiplayer atinjam todo o seu pontencial e os objetos 3D possam ser renderizados e transmitidos mais depressa do que um piscar de olhos.
Recorrendo a avatares 3D, colaboradores de uma mesma empresa em diferentes pontos geográficos encontram-se em espaços virtuais para trocar ideias e tomar decisões como se estivessem lado a lado numa sala de reuniões. O Metaverso vai transformar a forma de estar no escritório, tornando a experiência totalmente digital e imersiva.
No café, em casa ou num outro país, os trabalhadores vão poder usar auriculares e luvas RV, que permitem ver, sentir e interpretar expressões e linguagem corporal dos colegas como se estivessem cara a cara. Gerir projetos, desenvolver produtos ou planear outras tarefas que exigem trabalho em equipa, são novas rotinas profissionais que prometem entrar no espaço virtual das empresas.
Ecrãs panorâmicos com as imagens a deslocarem-se pelas paredes laterais da sala de cinema são ainda pouco comuns, mas não são propriamente uma novidade. O que o Metaverso, combinado com as redes 5G, podem trazer de surpreendente são experiências multissensoriais, permitindo aos espectadores sentirem movimento, vibração, cheiro, água, vento, neve e muitos outros efeitos especiais. O objetivo é, com apenas um par de auscultadores AR/VR, envolver totalmente o público na história, transportando-o para além dos limites das salas.
O Manchester City está a construir, em pareceria com a Sony, o primeiro estádio do mundo no Metaverso. A ideia passa por oferecer aos adeptos de qualquer parte do mundo a possibilidade de assistir, a partir de casa, aos jogos da equipa inglesa num ambiente imersivo e com lotação ilimitada. O clube planeia também promover encontros entre os fãs e os jogadores e ainda comercializar produtos apenas disponíveis no mundo virtual. Para isso, a Sony está a construir o Etihad Stadium, bloco digital por bloco digital, procurando dar aos adeptos a possibilidade de escolher diferentes ângulos do jogo e controlando, eles próprios, a sua experiência dentro do estádio.
Atualmente, a tecnologia não vai muito além de reproduzir uma partida de futebol como se fosse um videojogo da Fifa. Mas os desenvolvedores que trabalham no Metaverso acreditam que, com o avanço das tecnologias emergentes, os espectadores vão poder assistir a jogos reais dentro de um estádio também ele real. As aplicações para smartphone irão possibilitar ainda que um adepto aponte para um jogador e tenha acesso a informação diversa, como dados estatísticos sobre o seu desempenho em tempo real, por exemplo. Os recintos desportivos têm despertado muita atenção por parte da indústria de entretenimento. A elevada concentração de pessoas e o valor das experiências ao vivo são campos que podem progredir muito com o suporte das tecnologias e das redes 5G.
Se há lugar onde o Metaverso encaixa-se como uma luva, é um parque temático. A Disney já percebeu a sua importância, estando a desenvolver um simulador virtual e a preparar uma estratégia a implementar até ao início da próxima década. Espera-se que a tecnologia recrie personagens 3D e efeitos virtuais em espaços físicos, proporcionando aos visitantes experiências interativas sem necessidade de óculos especiais.
Usando o smartphone, o consumidor é guiado, a partir de casa, até ao artigo que pretende comprar. Dentro da loja, um outro cliente usa também a Realidade Aumentada para experimentar peças de vestuário que ainda estão no armazém. As tecnologias do Metaverso aplicadas no retalho permitem ainda testar em casa o local ideal para colocar uma peça de mobiliário, pesada e volumosa, sem necessidade de deslocações físicas.
No supermercado, a lista de compras pode ser descarregada numa app, permitindo ver onde estão os artigos, incluindo sugestões para substituir os produtos esgotados. Todos os itens são registados no telemóvel, possibilitando o seu pagamento sem passar pelas filas nas caixas do supermercado. Espera-se que o 5G, a RA e a RV tenham, nos próximos anos, um efeito disruptivo em diversos sectores, estando o retalho entre os mais beneficiados.
A Realidade Virtual impulsionará a telemedicina para o nível seguinte. A sensação de estar no consultório será, de longe, mais realista do que uma videochamada. As consultas à distância com recurso a RV e RA significam também que um paciente em Portugal poderá procurar o melhor especialista, esteja ele na Índia, no Japão ou no Canadá. Os exames são feitos na sua cidade e os dados enviados, com a rapidez e muito baixa latência do 5G, para qualquer lugar do mundo. As terapias para tratar medos e fobias são mais um exemplo de como os pacientes podem interagir com situações que lhes causam ansiedade, a partir de ambientes virtuais seguros e controlados por médicos especialistas.
Comecemos pelos estudantes de línguas estrangeiras a conversar no Metaverso com pessoas que, no outro canto do mundo, dominam o idioma. Saltemos, agora, para o curso de engenharia mecânica, com os alunos a visitar uma fábrica sem sair da universidade. Terminemos esta excursão numa aula de biologia, onde uma turma do secundário explora um ecossistema microscópico ampliado e em 3D. Com a evolução das redes de quinta geração, a Realidade Aumentada e a Realidade Virtual vão entrar na sala de aula com abordagens radicalmente inovadoras.
A formação através de simulação com RV é algo que já começa a acontecer em ambientes industriais, evitando situações perigosas para funcionários e danos no equipamento. O Metaverso inclui também tecnologias conhecidas como gémeos digitais, que recorrem a sensores de monitorização e plataformas de Internet das Coisas para recolher e agregar dados sobre todos os componentes de um produto ou de um espaço físico, que são depois digitalmente reproduzidos em tempo real num clone virtual. Esse recurso, nas indústrias, permite comparar as duas versões e procurar falhas ou oportunidades de melhoria através de simulações.
Do lado da assistência, os técnicos de uma fábrica podem ainda obter apoio à distância, recorrendo à Realidade Aumentada e Virtual para acelerar a manutenção e reparação de equipamentos. São alguns exemplos a demonstrar como o Metaverso já está a contribuir para o aumento da produtividade das indústrias.
Planear as férias implica, muitas vezes, horas frente ao computador a pesquisar na Internet por alojamentos, preços, programas ou locais de interesse. Com o Metaverso, porém, a próxima fronteira do turismo poderá tornar a tarefa muito mais imersiva e realista com os reinos do digital e do físico a fundirem-se para podermos explorar, a partir de casa, a selva na Amazónia, as Pirâmides do Egito, as ruas agitadas de Manhattan, em Nova Iorque, ou ainda visitar os quartos dos hotéis antes de fazer uma reserva.
As decisões sobre destinos de férias dependem da capacidade financeira, é certo, mas também irão beneficiar das tecnologias emergentes, como Realidade Aumentada, Realidade Virtual, Edge Computing e a conectividade das redes de quinta geração. No sector do Turismo, o Metaverso pode dar acesso a quase todos os lugares e experiências, como visitas a museus, a restaurantes, passeios pelas montanhas, pelos desertos ou de barco.
Continuará decerto a haver quem prefira partir à aventura para se deixar surpreender perante o desconhecido. Mas, sabendo que alguns destinos podem ser menos acessíveis a alguns bolsos, pelo menos vão poder ser virtualmente explorados por todos.