O relatório “5G: The Next Wave”, da Ericsson, revela que os serviços móveis de quinta geração vão chegar a 510 milhões de consumidores no próximo ano. O estudo também demonstra que os hábitos e expectativas estão a mudar, com os utilizadores 5G a gastarem em média mais uma hora do que os clientes 4G em aplicações imersivas de Realidade Aumentada e Virtual.
A inflação em espiral, os custos elevados da alimentação e da energia ou o aumento das taxas de juro não irão travar o crescimento do 5G no próximo ano. Essa é, pelo menos, a tendência apontada no estudo “5G: The Next Wave”, do ConsumerLab da Ericsson, realizada com 49 mil participantes em 37 países. Os serviços móveis de quinta geração vão chegar a 510 milhões de consumidores, traduzindo a intenção de 30% dos utilizadores migrarem para a nova tecnologia. No final de 2023, é expectável que as assinaturas 5G atinjam os 1,67 mil milhões a nível mundial.
O avanço, porém, não irá ocorrer ao mesmo ritmo em todos os países, dependerá sobretudo da maturidade de cada mercado e do impacto da inflação nas decisões dos consumidores. Mas, já é certo que a próxima vaga de utilizadores terá maiores expectativas face ao desempenho e cobertura do 5G, esperando beneficiar de aplicações imersivas do metaverso, conceito do mundo digital 3D, impulsionado por tecnologias como o Blockchain, Realidade Aumentada e Realidade Virtual ou Inteligência Artificial.
Quando se comparam os hábitos de consumo dos utilizadores de serviços móveis 4G e 5G, o estudo revela que, quem migrou para a geração 5G, já passa, em média, uma hora a mais por semana. Em jogos, o tempo despendido é de 60 minutos a mais, nas compras online é de 1h15min e nas apps de redes sociais, atinge 1h03m. A previsão, no entanto, é que, até 2025, aumentem em duas horas o tempo consumido com vídeos na Internet, dos quais 1h30, com recurso a óculos de Realidade Virtual e Aumentada. A pesquisa mostra ainda que seis em cada 10 inquiridos acreditam que o 5G é uma peça central para o metaverso se tornar real no dia a dia.
Os hábitos e as expectativas no consumo de serviços móveis estão, como tal, a mudar, o que para os autores do relatório oferece novas oportunidades comerciais aos prestadores e fornecedores de serviços. O 5G – adverte-se no relatório – deve ser encarado como um investimento importante, que, apesar da inflação global, tem demonstrado grande margem para continuar a crescer.
De acordo com o estudo, oito em cada 10 clientes de serviços 5G não estão dispostos a voltar ao 4G, apesar do aumento do custo de vida. No inquérito, destaca-se ainda o facto de 82% dos utilizadores de smartphones pretenderem manter os gastos com banda larga móvel. Além disso, 76% não estão sequer a considerar diminuir os seus custos mensais com a banda larga móvel, enquanto outros 6% irão primeiro reduzir outras despesas, como assinaturas de vídeo a pedido, música móvel ou canais pagos de televisão. Restam 18% que dizem só reduzir as despesas com serviços móveis no caso de os encargos mensais subirem acima dos 20%.
Esses indicadores são, segundo a Ericsson, sinais de que o investimento na conectividade 5G, por parte dos consumidores, continua a resistir a fatores conjunturais económicos. Um quarto dos utilizadores prevêm, inclusive, transitar para planos de preços mais elevados nos próximos 12 meses.
Com a adoção do 5G a atingir cerca de 15% de penetração no mercado global, a perceção de disponibilidade tornar-se-á em 2023 uma nova referência de satisfação entre os consumidores. As coberturas geográfica, interna/externa e agregada de hotspots são agora mais importantes do que a cobertura da população – sete em 10 inquiridos relacionam a satisfação com o serviço com a perceção de conectividade.
Ao contrário dos primeiros clientes, mais focados nos serviços disponibilizados pelo 5G, a próxima vaga de utilizadores espera um grande desempenho de cobertura de rede. Seis em cada 10 consumidores procuram planos de comunicações que vão além do elevado tráfego de dados e um em cada quatro valoriza a possibilidade de poder utilizar uma rede 5G com melhor performance, sempre que se justificar. Estamos, por isso, perante tendências a demonstrar que fabricantes e operadores terão de trabalhar “arduamente” para tornar as subscrições 5G mais valiosas, rematam os autores do relatório do ConsumerLab da Ericsson.
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▪▫▪ Poderá consultar o relatório “5G: The Next Wave” (versão em inglês) no website da Ericson
▪▫▪ Para conhecer melhor as potencialidades do metavervo, explore o artigo “Uma viagem imersiva por 10 ambientes virtuais que o 5G e o metaverso vão revolucionar”, publicado no Portal 5G.