No aeroporto de Lyon Saint Exupéry, em Paris, os passageiros não precisam de ficar ansiosos quando têm de estacionar o carro. Dezenas de robôs, conectados às redes móveis de última geração, utilizam Inteligência Artificial, sensores e GPS para arrumar os veículos em parques fechados ao público e devolvendo-o quando os proprietários regressam. A solução, além de permitir otimizar o espaço disponível, está também a ser encarada como um modelo comercialmente mais rentável para centros comerciais, estádios ou eventos de grandes dimensões.
Para boa parte dos passageiros, encontrar um lugar onde estacionar o carro no aeroporto é mais um fator de ansiedade na azáfama que antecede as viagens de avião. Para começar, será preciso optar entre um parque próximo do local, por regra mais caro, ou distante, com tarifas mais em conta, mas implicando geralmente apanhar um autocarro. Há ainda a dor de cabeça de, no regresso, saber onde o automóvel está estacionado.
Essa não é uma preocupação dos passageiros nos aeroportos de Charles de Gaulle e Lyon Saint Exupéry, em Paris, ou de Gatwick, em Londres. Stan é o robô da startup francesa Stanley Robotics, movido a eletricidade, que faz esse trabalho para os humanos, conduzindo, estacionando e entregando o carro quando os viajantes regressam. Usando Inteligência Artificial, sensores e sistema LiDAR, a tecnologia opera de forma totalmente autónoma e é particularmente hábil a otimizar o espaço, criando até 50% mais lugares de estacionamento.
O serviço está disponível há alguns anos nestes três aeroportos europeus, mas, desde finais de março de 2024, conta também com uma rede privada 5G no aeroporto de Lyon Saint Exupéry, marcando uma etapa importante na otimização do modelo de estacionamento robótico. O 5G, integrado no sistema existente, fornece agora uma oportunidade de conectividade ultrarrápida, fiável e segura entre máquinas e infraestruturas, viabilizando a gestão de uma frota superior a uma centena de robôs.
As redes móveis de última geração, além de assegurarem conectividade robusta e baixa latência para apoiar as manobras dos robôs, vão permitir ainda explorar aplicações inovadoras como vigilância através de vídeo de alta-definição para supervisão dos parques ou localização e deteção humana no local, aumentando ainda mais a eficiência operacional e a segurança do sistema.
Ao adquirir capacidades ainda mais sofisticadas, os robôs aumentam a sua rapidez e agilidade para atender múltiplos pedidos em simultâneo. Os condutores só têm de deixar os veículos numa zona especial de entrega e de recolha, podendo abandonar de seguida o local. O Stan encarregar-se-á depois de transportar o carro até ao parque de estacionamento cujo acesso está interdito ao público. Quando o proprietário regressar da viagem, o automóvel estará à sua espera num local previamente definido.
Os robôs são capazes de estacionar os automóveis em filas únicas com apenas alguns centímetros de distância. Para isso, recorrem à Inteligência Artificial, fazendo um scanner aos veículos para calcular as suas dimensões. De seguida, prendem-se às rodas dianteiras ou traseiras, usando um sistema GPS para transportar o carro até ao lugar disponível.
Do ponto de vista comercial, a estratégia poderá permitir maximizar o espaço e aumentar a receita das empresas. O serviço tem sido, por isso, encarado como um modelo que poderá ser igualmente aplicado a outros segmentos do mercado, como parques de estacionamento de centros comerciais, de estádios de futebol ou de outras grandes áreas especificamente montadas para eventos culturais e recreativos de grandes dimensões.
_______________________
Leia também o artigo “Aeroportos inteligentes. Levantar voo com as redes privadas 5G”
Crédito da Imagem de abertura: www.stanley-robotics.com