O estudo “Conecting Sustainable Future”, da Liberty Global e EY, mostra o impacto mundial que a adoção de tecnologias digitais poderá ter na redução de emissões de gases com efeito de estufa em áreas como a Construção, a Agricultura, as Telecomunicações ou a Energia. A Internet de alta velocidade e as ligações ultrarrápidas e fiáveis são alguns dos recursos que permitem desenvolver novas soluções capazes de recolher e processar dados em tempo real, possibilitando decisões céleres e rigorosas nas indústrias mais poluentes.
As redes 5G e as tecnologias avançadas desempenham um papel decisivo no cumprimento das metas climáticas da União Europeia e das Nações Unidas. O relatório “Connecting a Sustainable Future”, publicado a 27 de junho pela Liberty Global e Ernest & Young (EY), revela que o seu potencial terá sobretudo impacto nos sectores mais intensivos em emissões de gases com efeito de estufa. Edifícios inteligentes (smart buildings) poderão, por exemplo, poupar até 30% da energia atualmente consumida em edifícios antigos. A agricultura de precisão conseguirá, por outro lado, contribuir para o corte no uso de pesticidas em mais de 80%. A utilização das redes inteligentes na Energia poderá evitar emissões anuais superiores ao valor total de CO2 produzido pelo Reino Unido em 2020.
São as ligações ultrarrápidas e fiáveis da Internet de alta velocidade que abrem agora caminho ao conjunto de aplicações capazes de recolher e processar dados em tempo real, permitindo decisões céleres, precisas e ajustadas às realidades dinâmicas dos centros urbanos.
O consumo de energia representa, atualmente, 75% das emissões de gases com efeito de estufa na União Europeia.
Manter os aumentos da temperatura global abaixo do objetivo de 1,5°C estabelecido no Acordo de Paris dificilmente será alcançado sem as tecnologias, como a conectividade Gigabyte, advertem os autores.
A transição digital assume uma relevância cada vez maior na eficiência e otimização dos recursos energéticos. Só na Suíça – exemplifica o relatório – os projetos-piloto 5G, envolvendo novos modelos flexíveis de trabalho, condução autónoma, redes inteligentes ou soluções agrícolas de precisão podem evitar, em 2030, até 2,1 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) anuais.
O potencial das tecnologias emergentes é enorme, graças à utilização de recursos – que vão da Internet das Coisas à Inteligência Artificial, passando pelo Machine Learning ou pelo Big Data – que contribuem para mitigar os efeitos das alterações climáticas em diferentes sectores. Os autores recorrem a várias pesquisas para demonstrar a capacidade que o digital tem para reduzir até 15% as emissões globais de gases com efeito de estufa, em 2030.
Mas as novas pesquisas da consultora EY mostram resultados ainda “mais impressionantes”, com benefícios para todas as indústrias intensivas em emissão de carbono, tais como Transportes, gestão de edifícios, Energia e Agricultura, atualmente responsáveis pela maioria das emissões. Procurando destacar as vantagens da conectividade Gigabyte, os autores focaram-se em quatro áreas onde as tecnologias de última geração poderão contribuir largamente para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.
ENERGIA
A conectividade Gigabyte permite recolher e analisar dados da oferta e da procura em tempo real, criando condições para os operadores otimizarem a utilização das redes inteligentes de energia – infraestruturas com inúmeros sensores instalados ao longo da sua extensão que controlam o estado da rede, compensam cargas e previnem avarias. Ao ajustar automaticamente os consumos energéticos, será possível, segundo o relatório, evitar emissões anuais de cerca de 30 milhões de toneladas de CO2 até 2040, mais do que as emissões totais de CO2 no Reino Unido em 2020.
EDIFÍCIOS INTELIGENTES
Cidades inteligentes estão a ganhar eficiência energética, graças à Internet de alta velocidade, permitindo ligar dispositivos e equipamentos através da Internet das Coisas para recolher e analisar dados em tempo real. O uso de dispositivos ligados a sistemas de gestão de smart buildings poderia resultar em poupanças de energia na ordem dos 20% num único edifício. Estes projetos – recomendam os autores – devem ser ampliados para que a redução possa chegar aos 30% nos edifícios antigos e 10% nos mais recentes.
AGRICULTURA
A agricultura é uma das áreas que mais contribuiu para a emissões de gases com efeito de estufa, sendo responsável por cerca de 20% das emissões globais. Os drones ligados às redes 5G, ao permitirem limitar o tratamento das culturas somente aos casos necessários, podem reduzir o uso de pesticidas em mais de 80% e o uso de herbicidas em mais de 90%. Os ganhos podem ser potenciados com recurso a tecnologias cloud e dispositivos conectados que fazem o rastreio e análise de dados em tempo real.
TELECOMUNICAÇÕES
Apesar do grande aumento no tráfego de dados, nos anos mais recentes, os operadores de telecomunicações têm conseguindo atingir novos patamares de eficiência energética, conclui o relatório. Muito desse desempenho deve-se aos atributos da rede móvel 5G, 85% mais eficiente, do ponto de vista energético, do que as gerações anteriores.
Ainda assim, a pegada de CO2 das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) poderia ser reduzida em mais de 80% se o sector e os consumidores utilizassem energia de fontes renováveis.
Os próprios data centers poderiam baixar o consumo energético se recorressem a alternativas como a refrigeração de ar livre e a outras tecnologias de arrefecimento rápido, como materiais de mudança de fase (PCM, sigla em inglês para Phase Changing Material). Sendo responsáveis por grandes quantidades de energia consumida, que tenderá aumentar nos próximos anos, torna-se urgente limitar o seu impacto ambiental, conclui o relatório.
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Sobre a Liberty Global
A Liberty Global é uma multinacional anglo-holandesa-americana de Telecomunicações com sede em Londres, Amsterdão e Denver. Especializada em Banda Larga, disponibiliza serviços de vídeo e comunicações móveis e investe em infraestruturas, conteúdos e soluções tecnológicas de última geração.
Sobre a Ernest and Young (EY)
A EY é uma consultora internacional, com sede em Londres, que fornece serviços de Consultoria, Auditoria, Impostos e Transações para os sectores Automóvel, Financeiro, Governamental, Entretenimento, Mineração, Imobiliário, Tecnologia e Telecomunicações.
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