Veículos autónomos, braço robotizado e um Digital Twin são as soluções conectadas a uma rede privada 5G, que estão a ser testadas num projeto-piloto instalado na unidade fabril de Rio Maior. Com este investimento, o grupo Nabeiro pretende aumentar a produtividade, reduzir falhas e robustecer a segurança de funcionários e mercadorias.
Com a atual rede móvel sobrecarregada e a necessitar de maior velocidade e também de mais segurança, o grupo Nabeiro, detentora da marca Delta, decidiu dar um salto evolutivo e instalar uma rede privada 5G na Novadelta Cafés, a unidade industrial, localizada em Rio Maior, dedicada à torrefação, empacotamento e comercialização de café e sucedâneos.
A solução foi apresentada ao programa Exame Informática, no canal SIC Notícias, e consiste numa plataforma tecnológica integrada, que se encontra conectada a uma rede móvel, possibilitando o acesso a uma vasta gama de recursos em exclusivo para a fábrica. Desde logo, foi possível instalar uma grande quantidade de sensores, que vão recolher e tratar dados sobre todos os equipamentos e operações a decorrer nas instalações desta unidade.
A rede privada, do operador MEO, permite ainda controlar veículos autónomos, apelidados de Automated Guided Vehicles (AGV), que se deslocam pelo chão de fábrica, realizando desde empilhamento de caixas, até carregamento e transporte de materiais pelo interior das instalações. Ao executarem tarefas repetitivas, os AGV libertaram os funcionários para trabalhos que exigem menos esforço físico, podendo estar mais concentrados na supervisão dos robôs e em outras funções de gestão e planeamento.
O projeto inclui ainda um Digital Twin, que replica um chão de fábrica em 3D. Ao digitalizar o sistema real da unidade industrial NovaDelta, a tecnologia permite realizar testes, fazer simulações e encontrar modelos para otimizar as operações em tempo real. Recorrendo a dados, Inteligência Artificial e Machine Learning, o Digital Twin ajuda a entender o fluxo operacional, a capacidade produtiva da fábrica, as necessidades de reparação ou de manutenção dos equipamentos, o comportamento ou o desempenho dos produtos em condições reais.
No âmbito deste projeto-piloto foi ainda instalado um braço robótico, um elemento considerado fundamental naquilo que é um ambiente produtivo. O dispositivo mecânico encontra-se na linha de produção, empacotando caixas de café em paletes, que são depois trasportadas em veículos autónomos e sem qualquer intervenção humana.
Espera-se, por isso, que o investimento em recursos tecnológicos avançados se reflita a médio prazo no aumento da produção, na diminuição do número de falhas e ainda numa maior segurança para os funcionários e mercadoria. Segundo os responsáveis da unidade fabril, a plataforma tecnológica integrada está preparada para crescer de acordo com as necessidades de produção da fábrica e ainda adicionar inteligência a todos os equipamentos, incluindo máquinas antigas.
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📷 Crédito da imagem de abertura: ek robotics GmbH, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons