A rede 5G da Altice Portugal e da espanhola Movistar permitiram que um cirurgião português, em Lisboa, fosse assistido em tempo-real por um colega, em Zaragoza, numa operação inédita a uma paciente com cancro da mama.
Novecentos quilómetros separam o cirurgião Pedro Gouveia do seu colega Rogelio Andrés-Luna. A distância, contudo, não os impediu de realizarem juntos, esta semana, a primeira operação remota, em Portugal, com recurso a 5G.
A cirurgia para remover o cancro da mama de uma paciente de 55 anos aconteceu, esta quinta-feira, na Unidade da Mama da Fundação Champalimaud, em Lisboa, e foi acompanhada em tempo-real no palco do Congresso da Associação Espanhola dos Cirurgiões da Mama, na Faculdade de Medicina de Zaragoza, em Espanha.
Realizámos a primeira experiência no mundo de utilização, ao vivo e em direto, daquilo a que se dá o nome de Remote Proctoring, durante uma cirurgia de cancro da mama.
Pedro Gouveia, cirurgião
O Remote Proctoring é uma supervisão remota realizada por um segundo cirurgião que, neste caso em particular, recorreu às vantagens da realidade virtual e aumentada e ainda do 5G, asseguradas em Portugal pela tecnologia da Altice Labs (laboratório de inovação e I&D da Altice Portugal) e em Espanha pela Movistar.
Óculos de realidade mista Hololens 2, ligados a um smartphone 5G, permitiram ao médico português ver a paciente deitada na maca e, simultaneamente, ter acesso às indicações fornecidas pelo cirurgião espanhol. Recorrendo à alta-velocidade, baixa-latência e fiabilidade da tecnologia de quinta geração móvel, Pedro Gouveia conseguiu visualizar, através das suas lentes especiais, vários tipos de informações enviados por Rogélio Andrés-Luna.
Os Hololens 2, ferramenta desenvolvida pela Microsoft, assemelha-se a uma viseira de um piloto-aviador que permite, a quem está a supervisionar à distância, sobrepor nas lentes de quem executa as tarefas, várias indicações e também ancorar digitalmente vídeos, imagens e outros conteúdos.
Em Zaragoza, o cirurgião espanhol usou um laptop ligado aos óculos do médico português, através do qual conseguiu ver as imagens do bloco operatório e dar indicações sobre o procedimento a serem adotados na Unidade da Mama da Fundação Champalimaud, em Lisboa. Rogelio Andrés-Luna não só conseguiu visualizar em tempo quase real o que Pedro Gouveia estava a ver, como pôde também usar uma caneta digital para desenhar, frente aos olhos do colega, uma linha azul sobreposta no corpo da paciente, indicando o local para fazer a primeira incisão.
Durante a intervenção cirúrgica, os óculos de realidade mista, usados pelo cirurgião português, estiveram ligados por USB a um smartphone com conetividade de quinta geração, que funcionou como router 5G. Para montar a ligação, as equipas da Altice Labs estiveram, na semana anterior, nas instalações da fundação em testes com a operadora espanhola Movistar para configurar, na sala de operações, uma rede privada de quinta geração.
Segundo a Altice Portugal, apesar da distância física entre os dois especialistas, a rede 5G assegurou uma transmissão sem atrasos, permitido às duas equipas médicas trabalharem lado a lado no bloco de operações. Ainda de acordo com o operador de redes móveis, esta tecnologia já foi usada noutros tipos de intervenções médicas, mas esta é a primeira vez que é aplicada numa cirurgia ao cancro da mama.
“A Altice Portugal orgulha-se de participar na primeira intervenção cirúrgica de cariz internacional com recurso a 5G. A evidência do mais nobre propósito da sua capacidade tecnológica e de inovação ao serviço do bem maior que é a saúde” congratulou-se Ana Figueiredo, Presidente Executiva da Altice Portugal.
Consulte o comunicado sobre a primeira cirurgia 5G no webiste da Altice Portugal e leia também o artigo publicado pela Fundação Champalimaud.