O relatório Ericsson Mobility traça o progresso do 5G até 2029, mostrando que, em seis anos, a sua cobertura irá chegar a 85% da população mundial. A implementação das redes móveis de última geração, no entanto, está longe de estar concluída e só irá ultrapassar o 4G em 2028.
A cobertura 5G continua a expandir-se em todas as regiões do mundo. Quase uma em cada cinco de todas as assinaturas móveis globais serão 5G até ao final do ano. As estimativas surgem na 25ª edição do Ericsson Mobility Report, dando conta de que 2023 irá encerrar com 610 milhões de novos subscritores de serviços comerciais 5G. Significa isto que o aumento será de 63% face a 2022, elevando para um total de 1,6 mil milhões, cerca de 100 milhões a mais do que o previsto no relatório anterior. Em finais de 2029, porém, esse valor irá disparar para 5,3 mil milhões de subscritores.
O balanço semestral da Ericsson mostra que a cobertura 5G irá estar disponível para 45% da população mundial até ao final de 2023, alcançando os 85% em dezembro de 2029. Prevê-se que o 5G se torne na tecnologia móvel dominante no ano de 2028, mas, por enquanto, são as assinaturas 4G LTE que estão atualmente no auge, concentrando 5,2 mil milhões de subscritores. Com a gradual migração para as redes 5G, espera-se, todavia, que esse número caia para cerca de 3,2 mil milhões até ao final de 2029.
A América do Norte e o Conselho de Cooperação do Golfo (Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e Kuwait) deverão alcançar, em finais de 2029, as taxas regionais de penetração 5G mais elevadas (92%). E, para a Europa Ocidental, o que se espera é que a penetração atinja os 85%.
A adoção crescente do 5G irá refletir-se, desde logo, no tráfego móvel por smartphone, que será de 56 gigabytes (GB)/mês em 2029. O valor estimado representa um aumento de 166% face ao tráfego médio de 21 GB/mês projetado para o quarto trimestre deste ano. O volume de tráfego de dados, somando todas as redes móveis no mundo, será de 130 exabytes (EB)/mês no final 2023 e chegará a 403 EB/mês até ao final de 2029 – sem contar com as ligações de banda larga fixa sem fio (FWA).
Ao incluir o FWA, o volume mensal sobe para 160 EB em 2023, atingindo os 563 EB, em dezembro de 2029. A participação do 5G no tráfego móvel global era de 15%, em dezembro de 2022, mas deverá chegar a 25%, no final de 2023, e subir para 76% em 2029. A evolução dos dispositivos móveis também foi analisada no relatório da Ericsson, que dá conta de mais de mil modelos de smartphones 5G lançados até ao momento, representando 62% do total vendido este ano, contra 57% no ano passado.
Neste momento, porém, “a implantação do 5G está longe de estar concluída”, reconhecem os autores do relatório, prevendo que a cobertura da população global atinja cerca de 40% até ao final deste ano. A maioria das redes implementadas, no entanto, ainda estão dependentes de infraestruturas 4G (5G Non Stand-alone). Mas, os dados citados no Mobility Report demonstram um número crescente de operadores de serviços de telecomunicações a fazer a migração para redes autónomas (5G Stand-alone).
O desenvolvimento do 5G Stand-alone é consensualmente encarado pelos especialistas como determinante no próximo ciclo evolutivo das comunicações móveis. A arquitetura Stand-alone poderá viabilizar novos casos de uso do 5G, com latências ainda mais reduzidas, velocidades e capacidades mais elevadas ou ainda novos recursos, como a segmentação de redes para aplicações de uso intensivo de dados (Network Slicing). Até ao presente, de acordo com os autores do relatório, 40 prestadores de serviços lançaram ou implementaram redes 5G Stand-alone em redes públicas.
A Internet das Coisas (IoT) de banda larga também está a evoluir rapidamente, representando agora 50% de todas as conexões móveis IoT (três mil milhões). O que se espera, contudo, é que atinjam 1,6 mil milhões de ligações no final de 2023, assumindo-se, até 2029, como a tecnologia que irá conectar a maior parte dos dispositivos IoT.
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Leia também o artigo “Relatório UIT. Quase 40% do mundo tem agora cobertura 5G”