O mais recente balanço da Ericsson prevê que, dentro de cinco anos, as subscrições 5G representem 60% da totalidade dos serviços móveis fornecidos. Em 2028, a quinta geração de comunicações móveis irá assumir-se como a tecnologia dominante. O progresso e a cobertura do 5G mantêm-se a bom ritmo, mas é preciso acelerar a implementação das redes Standalone, advertem os autores do relatório. Dos 310 fornecedores de serviços de comunicações móveis em todo o mundo, apenas 50 inauguraram serviços 5G SA, um valor considerado ainda modesto para realizar plenamente o potencial do 5G.
No primeiro trimestre de 2024, o 5G atingiu 1,7 mil milhões de assinaturas em todo o mundo. Entre janeiro e março deste ano, as comunicações móveis de última geração registaram cerca de 160 milhões de novas subscrições. Os números constam da edição mais recente do Ericsson Mobility Report, podendo este valor chegar, no final do ano, a 600 milhões de novos acessos 5G.
Mantendo-se o crescimento a este ritmo, estima-se que as assinaturas 5G se aproximem dos 5,6 mil milhões em 2029, concentrando 60% dos acessos móveis. No prazo de cinco anos, sem incluir a China, a cobertura 5G, passará de 40%, em 2023, para 80%. Será, no entanto, em 2028 que a quinta geração de comunicações móveis irá assumir-se como a tecnologia dominante.
A América do Norte continuará, em 2029, com a maior taxa de penetração 5G (90%), seguida de perto pelos países do Conselho de Cooperação do Golfo – Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã -, com 89%, e pela Europa Ocidental, com 86%.
Embora a taxa de penetração esteja ainda atrás de outros grandes mercados, o crescimento das assinaturas 5G na Europa Ocidental foi significativo durante 2023, passando de 72 milhões em 2022 para 143 milhões no final do ano passado. Os números correspondem a uma taxa de penetração de 26% para a região, mas os valores variam entre os países, com os pioneiros, como Reino Unido e a Finlândia a registarem os desempenhos mais altos.
Outros indicadores são também revelados no Ericsson Mobility Report, que dá conta agora de 310 fornecedores de serviços de comunicações (CSP, na sigla em inglês) em todo o mundo. Mas deste universo, apenas 50 inauguraram, entretanto, serviços 5G Standalone (5G SA), um valor considerado no relatório como ainda modesto para “realizar plenamente o potencial do 5G”. Os autores advertem, por isso, para um maior esforço no sentido de promover “implantações contínuas” de redes autónomas, encaradas como essenciais para fornecer novos recursos, como a segmentação das redes (Network Slicing).
O documento reúne, aliás, pesquisas, informações e casos de estudo sobre a importância dos serviços Standalone no progresso das indústrias, transportes, energia ou cidades inteligentes. Os autores apresentam algumas das aplicações mais recentes e que vão da conectividade de veículos autónomos na Suécia até às redes de metro 5G no Canadá, que demonstram o potencial transformador da tecnologia 5G.
O tráfego de dados é mais um capítulo destacado no relatório, tendo registado um aumento global de 25% entre o final de março de 2023 e o final de março de 2024. O crescimento, segundo os autores do documento, deve-se essencialmente à migração de assinantes para serviços de dados de gerações mais avançadas, mas também a uma utilização mais intensa de serviços de maior consumo de dados, como os vídeos e jogos online.
Até 2029, espera-se que o tráfego de dados venha a crescer a um ritmo de 20% ao ano. Em 2023, no entanto, cerca de um quarto dos dados já circulava em redes de última geração. Estima-se que, com o impulso das ofertas de Banda Larga Fixa sem fio (FWA), o fluxo de dados nas redes 5G passem a representar 75% em 2029. Entre as três centenas de operadores atualmente a operar, 241 ofereciam serviços FWA em 2024, salienta o relatório. Destes, 128 (53%) incluíam já uma oferta 5G FWA, o que significa um crescimento de 29% face ao ano anterior.
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