A iniciativa resultou de uma parceria entre indústria e academia portuguesas para fornecer aos operadores as mais recentes tecnologias, funcionalidades e capacidades das redes móveis de última geração. Ganhos na eficiência, na qualidade de serviço prestado, resiliência e segurança das Smart Grids são alguns dos benefícios destacados na conclusão deste projeto.
Aumentar a resiliência e segurança das redes de energia, melhorar a qualidade do serviço prestado ou aumentar a eficiência operacional são alguns dos atuais desafios que o sector energético enfrenta. Soluções inovadoras que potenciem ganhos de eficiência e assegurem igualmente a segurança e a fiabilidade das infraestruturas são requisitos imprescindíveis neste ou em qualquer sistema crítico.
Aproveitar os benefícios associados à utilização das redes 5G para alcançar esses objetivos foi, por isso, o ponto de partida do Smart5Grid (PT2020). O projeto, gerido por um consórcio composto pelas tecnológicas Ubiwhwere e PROEF e ainda pela Universidade de Coimbra, visou robustecer a eficiência económica dos operadores do sector da energia através do uso da tecnologia 5G de comunicação de dados.
As capacidades disponibilizadas pelas redes móveis de última geração permitem às indústrias com sistemas críticos adotar redes públicas partilhadas, com ganhos significativos de eficiência, tanto no momento de aquisição como durante a operação e manutenção. Possibilitar às empresas do sector energético o acesso a tecnologias, funcionalidades e capacidades avançadas do 5G foi, como tal, a linha condutora do Smart5Grid.
A iniciativa decorreu ao longo dos últimos dois anos e chegou agora à fase final com a apresentação dos resultados no white paper “Smart5Grid”. O projeto foi a solução proposta pelo consórcio para colmatar requisitos específicos impostos pelas Smart Grids, como a elevada taxa de transferência de dados e monitorização em tempo real.
O Smart5Grid, parcialmente financiado pelo Programa 2020, apresentou-se, desde logo, como uma solução assente num quadro de gestão de infraestrutura, composto por módulos de gestão, controlo e monitorização, inseridos em mecanismos de network-slicing para a digitalização de redes independentes numa rede física. Uma das capacidades que o 5G oferece é precisamente o corte de rede (slicing), permitindo que os operadores possam segmentar e isolar várias partes da rede principal, cada qual fornecendo diferentes serviços que exigem baixa latência, conexões múltiplas e suporte multisserviço.
A implementação do Smart5Grid permitiu ainda desenvolver ferramentas de monitorização para infraestruturas Smart Grid que foram integradas num centro de gestão operacional e controlo. A Urban Platform foi a solução apresentada pela Ubiwhere como uma plataforma de nuvem para cidades inteligentes adaptada para casos de uso monitorizados e Digital Twins (ou réplicas virtuais) de infraestruturas de Smart Grid.
A plataforma foi desenvolvida para dar resposta às crescentes exigências da indústria energética, fornecendo dados e análises em tempo real para as partes interessadas. Com os algoritmos avançados e ferramentas de gestão de dados, o Smart5Grid proporcionou, segundo os seus promotores, uma plataforma eficiente, escalável e segura para a indústria de energia, tornando mais fácil para as empresas a gestão do consumo de energia e de economias.
Apresentar um caso de uso concreto esteve na base deste projeto, mas não foi o único objetivo. Demonstrar o “potencial revolucionário” da integração de redes 5G com Smart Grids é a principal conclusão a retirar do balanço do projeto.
As tecnologias sem fio 5G podem resolver alguns dos desafios como conectar uma multiplicidade de sensores e fornecer cobertura ininterrupta com segurança e confiabilidade. Além disso, facilitam a conectividade IoT (Internet das Coisas) para futuras Smart Grids com vários proveitos, como baixa latência e alta-velocidade. À medida que a tecnologia continua a evoluir serão expectáveis, nos próximos anos, “benefícios ainda mais significativos” rematam os autores do white paper.