As comunicações de última geração são apontadas pela empresa que gere o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) como a evolução necessária. A Inteligência Artificial, a Realidade Aumentada ou a transmissão de vídeos em tempo-real aos centros de comando são alguns dos recursos identificados como decisivos nas operações das polícias, dos bombeiros ou do Serviço Nacional de Saúde.
A transmissão de vídeo em tempo-real, a Realidade Aumentada, os drones, a Inteligência Artificial ou a análise avançada de dados são alguns dos recursos que terão de entrar no Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP). A recomendação surge no Relatório de Contas 2021 da empresa que gere a rede utilizada por forças de segurança, unidades do SNS ou elementos da Proteção Civil. No documento, publicado esta semana, adverte-se para a necessidade de adotar o 4G e o 5G como forma de tirar partido destas novas tecnologias e de evitar a “interrupção dos serviços de comunicações críticas” num modelo que “está em fim de vida”.
A evolução para 3GPP LTE (Long Term Evolution) é apontada como o caminho para se implementar sistemas de banda larga com capacidade, velocidade e priorização do tráfego de dados necessários às atuais necessidades do SIRESP. As baixas latências, os altos débitos, a melhoria e flexibilidade na gestão da eficiência do espectro são apenas alguns dos benefícios enumerados no relatório para utilizar as redes de última geração. Tal como a simplificação das arquiteturas e a melhoria da mobilidade são argumentos igualmente citados para recorrer ao LTE.
A massificação da tecnologia de comunicações é um dos fatores de decisão que beneficia não apenas os equipamentos, mas também a “interoperabilidade dos dispositivos”, que se podem ligar às redes e roaming com redes comerciais, justificam os autores do relatório, enumerando as diferentes valências possibilitadas pelo 5G. O acesso em tempo-real a vídeo (transmissão e arquivo) será especialmente útil tanto no caso da videovigilância, como na transmissão ao vivo para os centros de comando dos eventos policiais, teatro de operações ou incêndios. A utilização da Realidade Aumentada, como smart glasses para polícias e bombeiros, por exemplo, poderá constituir uma mais-valia para receber e transmitir instruções em ambientes virtuais.
A articulação entre a Inteligência Artificial e a Realidade Aumentada permitiria, inclusive, “sobrevoar” cidades, ruas ou edifícios animados a três dimensões. A ligação permanente com centros de monitorização inteligentes de análise de informação, obtida através de sensores, como temperatura ou batimentos cardíacos, poderá vir a ser decisiva para salvar vidas, destaca o documento, sublinhando ainda os proveitos de outras tecnologias como drones ou o acesso em tempo-real a centro de dados.
O relatório, disponível no website da empresa, sublinha ainda que a transição do sistema SIRESP para redes mais avançadas de comunicações “abre oportunidades de colaboração em áreas que até agora não eram possíveis, como a Rede Nacional Elétrica, redes de hospitais, redes de autoestradas, escolas ou fornecer Wi-Fi público”.
Leia o Relatório de Contas 2021 no website do SIRESP.
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Sobre o SIRESP
O Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) nasceu por normativa europeia e com o objetivo de integrar as redes de entidades Públicas. Entre os principais utilizadores estão a PSP, a GNR, a Polícia Judiciária, os Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), o Serviço Nacional de Bombeiros, a Proteção Civil ou o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). A rede conta com cerca de 50 mil utilizadores, entre câmaras municipais, Serviços de Informações da República Portuguesa, Inspeção Geral das Atividades Económicas, Cruz Vermelha Portuguesa, portos comerciais, entre outros.
O sistema cobre todo o território nacional através de 550 estações base com energia socorrida, 450 estações com ligação satélite, cerca de 600 circuitos de transmissão, oito estações móveis, seis centros de dados, 55 Salas de comandos e aina 18 geradores de grande porte distribuídos em três polos logísticos (Vila Real, Coimbra e Santarém). Uma equipa de mais de 200 pessoas gere, mantém e opera esta infraestrutura que disponibiliza serviços encriptados de voz (móvel), dados, geolocalização e gravação de voz.