O Instituto Superior Técnico (IST) organizou uma palestra sobre a influência da tecnologia 5G na exposição às radiações eletromagnéticas, orientada pelo Professor Luís Correia, docente no IST, no Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores.
O primeiro conceito transmitido foi o facto de a radiação ser uma forma de energia que se transmite através de ondas e que existe de forma natural, pelo que não é algo que, à partida, seja perigoso.
Embora haja grande preocupação com a radiação emitida pela tecnologia 5G, é necessária uma abordagem científica que demonstre quais os níveis de exposição a partir dos quais existem efeitos nocivos para a saúde das pessoas.
No evento, foi ainda feita uma comparação entre os sistemas que nos rodeiam, sendo que um telemóvel utiliza uma potência máxima de 1W enquanto um microondas utiliza 1000 W. Isto demonstra que não se pode concentrar o problema das radiações nas comunicações móveis. Existem sistemas a que estamos expostos e que irradiam muito mais do que os telemóveis ou as estações de base.
O orador concluiu que, ainda que a preocupação com as radiações seja legítima, há um desconhecimento geral sobre o funcionamento dos sistemas de comunicações. A diferença essencial entre cada geração móvel está na interface radio, ou seja o modo como a informação dos utilizadores é separada entre o telemóvel e a estação de base. As interfaces radio do 4G e do 5G são iguais, pelo que as preocupações com as radiações do 5G não se justificam.
Saiba mais sobre a exposição a radiação na página sobre “Campos Eletromagnéticos” e consulte o guia da ANACOM “Eco-segurança e Redes Móveis: Factos, dados e desafios sobre saúde e sustentabilidade”, publicado em 2022, que pretende contribuir para o esclarecimento de dúvidas relativas ao impacto das redes móveis na saúde humana e no equilíbrio ambiental.