A Comissão Europeia (CE) publicou os resultados do Índice de Economia e Sociedade digital 2021 (DESI, ou Digital Economy and Society Index 2021), relativo ao ano 2020, e como novidade face aos anos anteriores, este ano o DESI inclui dois indicadores relativos ao 5G. São eles:
Mas as novidades não ficam por aqui. O DESI passou a incluir quatro indicadores principais, quando antes eram cinco, e que correspondem aos quatro quadrantes do Guião para a Década Digital (Digital Decade Compass). Desta forma é possível usar o DESI para avaliar a posição dos 27 países da União Europeia (UE27) quanto aos avanços para a era digital. O relatório inclui ainda as iniciativas dos países da UE27 para dar resposta ao Mecanismo de Recuperação e Resiliência (Recovery and Resilience Facility).
Ao nível dos resultados do DESI para Portugal, o nosso país destaca-se da média da UE27 na digitalização dos serviços públicos (14ª posição), mas precisa de um maior esforço ao nível da conectividade (15ª posição), da transformação digital das empresas (17ª posição) e das competências e especialistas digitais (18ª posição).
Portugal posicionou-se na 14ª posição (68,5 pontos), superior à média da UE27 (68,1 pontos) – mas comparativamente com 2016, diminuiu a diferença face à média da UE.
Os fatores que contribuíram positivamente para esta posição foram a adesão a formulários pré-preenchidos online e a adesão a serviços públicos digitais destinados aos cidadãos, com resultados acima da média da UE27. Já a percentagem de utilizadores de serviços de administração pública online e a disponibilização de dados abertos foram os fatores em que Portugal ficou pior posicionado face à média da UE27.
O relatório esclarece ainda que estão a ser promovidas medidas em Portugal para aumentar a adesão à computação em
nuvem na administração pública.
Portugal posicionou-se na 15ª posição (48,5 pontos), ligeiramente inferior à média da UE27 (50,2 pontos) e desde 2016 que mantem valores muito semelhantes aos apurados para a média da UE27.
Pela positiva face à UE27, Portugal tem mais agregados familiares cobertos por rede fixa de capacidade elevada e de capacidade muito elevada (VHCN). Os pontos que desfavoreceram Portugal neste indicador são a cobertura através de 5G, que foi inferior à verificada no resto da UE27, a menor adesão à banda larga móvel e o facto de os preços da banda larga em Portugal, serem mais caros face à média da UE27.
Portugal posicionou-se na 17ª posição (36,6 pontos), face à UE27 (37,6 pontos) – mantendo desde 2016 valores muito semelhantes aos apurados para a média da UE27.
Pela positiva Portugal apresenta uma maior adesão por parte das empresas à inteligência artificial, maior adesão às tecnologias para a garantir a sustentabilidade ambiental, maior partilha de informação via eletrónica e maior volume de vendas online, face à média da UE27.
No entanto, a percentagem de empresas com o nível básico de intensidade digital é maior face à média da UE27 e por outro lado, é menor a adesão à computação na núvem, à faturação eletrónica e a presença das empresas portuguesas em redes sociais.
Portugal posicionou-se na 18ª posição (45,6 pontos), inferior à média da UE27 (47,1 pontos). De referir que desde 2016, o resultado de Portugal tem vindo a aproximar-se da média da UE27.
As áreas onde Portugal está acima da média da UE27 são a percentagem de mulheres especialistas em tecnologias de informação (TIC) e a percentagem de empresas que efetuam formação em TIC.
No entanto, no total o número de especialistas em TIC continua a ser inferior à média da UE27, assim como a proporção de pessoas com um nível elementar mínimo de competências digitais. O número de licenciados em TIC também é inferior ao da média da UE27.
Tendo em conta os quatro quadrantes do Guião Digital, as metas definidas para 2030 são as seguintes, para toda a UE.
Digitalização dos serviços públicos:
Concectividade – infraestruturas digitais seguras e sustentáveis:
Transformação digital das empresas:
Cidadãos com qualificações digitais e profissionais digitais altamente qualificados: