À medida que a penetração do 5G atingir o ponto de saturação entre os consumidores, os operadores terão de investir em novas capacidades do 5G-Advanced para a indústria. Essa é a estratégia, segundo a consultora Juniper Research, que permitirá ao sector das telecomunicações atingir receitas globais na ordem dos 400 mil milhões de euros no final deste ano. A nova fase do 5G irá ainda impulsionar o segmento do IoT, com 360 milhões de dispositivos conectados à rede em 2028 contra os 35 milhões previstos até ao final deste ano.
A era avançada do 5G irá impulsionar o mercado global das telecomunicações, prometendo ajudar os operadores a atingir receitas na ordem dos 400 mil milhões de euros com serviços de redes móveis de última geração. A conclusão surge no estudo “Global Future 5G Strategies Market 2024-2028”, da consultora internacional Juniper Research, revelando que o resultado estimado representa um aumento de 32% face ao ano anterior. O 5G-Advanced e o 5G RedCap (capacidade reduzida) vão se revelar essenciais para as empresas de telecomunicações beneficiarem desse crescimento nas receitas de serviços a partir das redes 5G.
O 5G-Advanced, o próximo ciclo evolutivo da quinta geração das redes móveis – também conhecido como 5.5G – representa uma maior capacidade das comunicações sem fios para melhorar o seu desempenho na eficiência do consumo de energia na rede, suportar dispositivos IoT (Internet das Coisas) em operações industriais críticas ou reduzir a complexidade ou a sobrecarga da rede através de tecnologias como Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML).
O 5G RedCap, por seu turno, possibilita uma combinação mais eficiente dos recursos, que vão do desempenho à densidade de dispositivos, para viabilizar casos de uso nem sempre dependentes das elevadas capacidades do 5G.
À medida que as taxas de penetração do 5G atingirem o ponto de saturação entre os consumidores, será determinante que os operadores invistam fortemente em serviços 5G vocacionados para o sector industrial. Essa é pelo menos a convicção dos autores do relatório, que encorajam o sector a tirar o melhor partido das novas vantagens oferecidas pelo 5G-Advanced e 5G RedCap.
O próximo salto evolutivo do 5G – defendem os especialistas – irá desbloquear oportunidades para os operadores, fortalecendo a rede 5G para aplicações de Realidade Estendida (XR), Realidade Virtual (RV) e Realidade Aumentada (RA). Do mesmo modo, a Inteligência Artificial e o Machine Learning são considerados peças-chave para melhorar o desempenho da rede.
São essas, portanto, as tecnologias que prometem impulsionar o sector da Internet das Coisas, com a Juniper Research a estimar em mais de 360 milhões os dispositivos IoT 5G nas redes móveis até 2028, contra os 35 milhões previstos até ao final de 2024.
O relatório identifica ainda o FWA (Acesso Fixo sem Fios) como o sector que poderá tirar maiores proveitos destes novos serviços, dada a grande quantidade de dados que gera. Recorde-se, a este propósito, que o FWA aproveita as redes móveis para fornecer conectividade à Internet, chegando aos dispositivos através de WI-FI.
O estudo da consultora estende a sua análise a um horizonte mais vasto, olhando para o 5G-Advanced como a plataforma para atingir o desenvolvimento de sistemas 6G. Tecnologias XR, por exemplo, vão evoluir para uma comunicação imersiva na qual se espera que os humanos interajam com as máquinas.
Esperam-se experiências e serviços mais avançados e ainda um ecossistema digital mais interligado e eficiente a partir da década de 2030. Mas o desenvolvimento do 6G irá estar suportado em infraestruturas já existentes. Enquanto se aguarda pela próxima geração das redes móveis, o 5G continuará a evoluir, nos anos que se seguem, melhorando a confiabilidade, a eficiência e a otimização em toda a sua rede, rematam os autores do relatório.
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Sobre a Juniper Research
A consultora Internacional Juniper Research, com sede no Reino Unido, fornece estudos de mercado e de business intelligence em sectores-chave que cobrem o espaço tecnológico móvel e online, juntamente com as tecnologias disruptivas. O seu trabalho destina-se, nomeadamente, a operadores e fornecedores de serviços móveis, bem como a instituições financeiras localizadas sobretudo na América do Norte, Europa Ocidental e Médio Oriente.
Crédito da imagem de abertura: Cliff Hang via Pixabay