O consórcio vai recorrer a satélites de órbita terrestre baixa para tornar possível o acesso ao 5G a partir de zonas inacessíveis ou de difícil acesso, como florestas ou oceanos. A solução poderá vir a ser aplicada nos sectores dos Transportes, da Energia ou da Saúde e, quando houver necessidade, poderá ser usada para reforçar a segurança das redes em situações de quebras ou destruição das infraestruturas.
A fabricante sueca de equipamento de redes móveis Ericsson, a gigante americana de semicondutores Qualcomm e a empresa aeroespacial francesa Thales estão a unir esforços na tentativa de levar as redes 5G até ao Espaço. O objetivo será permitir que smartphones possam aceder a altas velocidades de download e upload, bem como tirar partido da fiabilidade da rede de quinta geração em qualquer parte do mundo, especialmente em áreas remotas, como oceanos, densas florestas, desertos e outros locais atualmente sem qualquer tipo de cobertura.
O consórcio pretende combinar o seu conhecimento em tecnologia, telecomunicações e segurança para desenvolver uma rede de satélites que poderá vir a ser particularmente relevante para os sectores dos Transportes, Energia e Saúde. Além de poder vir a constituir-se como uma oferta de serviço em locais não cobertos pelos operadores móveis convencionais, a solução permitirá ainda, por exemplo, realizar backups das comunicações terrestres, nomeadamente em situação de destruição de infraestruturas.
O consórcio espera ainda que os recursos de segurança das redes 5G não terrestres (NTN 5G) tornem as comunicações dos governos no principal caso de uso para aumentar a segurança dos Estados e das redes de segurança pública.
O objetivo passa por testar a forma como uma rede 5G poderá funcionar com recurso a satélites de órbita terrestre baixa (Low Earth Orbit, LEO), para tornar a Internet sem fios acessível em algumas das topografias mais extremas e locais mais remotos. O grupo está a aplicar o conceito de 5G NTN (Non-Terrestrial Network ou rede não terrestre, em português) como uma solução que visa levar as redes a todas as regiões do mundo, beneficiando, desde logo, os países em desenvolvimento com reduzida cobertura de rede e as áreas onde o sinal é fortemente prejudicado por obstáculos geográficos.
As empresas preparam-se para fazer testes e simulações em ambiente laboratorial antes de avançarem para ensaios reais no Espaço. Cada uma das empresas envolvidas levará a cabo missões específicas que, no seu conjunto, serão essenciais, para aumentar as hipóteses de a operação ser bem-sucedida, destaca o comunicado da Ericsson.
Testar o alcance de uma nova rede LEO 5G foi possível graças a uma norma aplicada a redes não terrestres, publicada em março deste ano pelo 3GPP, um dos organismos internacionais mais influentes no desenvolvimento de normas de Telecomunicações. Embora não tenham ainda uma data oficial de lançamento, a Ericsson, a Thales e a Qualcomm esperam poder inaugurar os primeiros serviços nos “próximos anos”.
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