A Analysis Mason, em parceria com a Ericson e a Qualcomm, lançou um estudo sobre os custos e benefícios da cobertura geográfica do 5G na Europa, que inclui as estimativas dos custos incrementais, Produto Interno Bruto (PIB) e da necessidade de financeamento público, para 13 aplicações específicas do 5G. O estudo apresenta resultados por país.
O modelo utilizado pelos autores inclui três cenários, sendo o segundo e o terceiro cenário incrementos ao primeiro.
No primeiro cenário, ou cenário base, a cobertura 5G é efetuada através das bandas móveis pioneiras (3,5 GHz) e das bandas mais antigas e o investimento resulta principalmente dos operadores móveis. Para este cenário, os autores estimam um custo comercial da implementação do 5G em Portugal da ordem dos 1.066 milhões de euros por rede/operador e da ordem dos 2.748 milhões de euros no conjunto de operadores.
Já o segundo cenário, designado cenário de ‘baixa frequência 5G’, refere-se às zonas do país que não foram cobertas pelo cenário anterior e que seriam necessário cobrir para criar uma cobertura ‘quase’ universal através de 5G. Neste caso seria utilizada uma única rede multiusos, nos 700MHz, para cobrir as restantes áreas e o financeamento resultaria de subvenções públicas, sendo a rede partilhada entre todos os operadores móveis.
No caso de Portugal, os autores estimam que seria necessário cobrir 15% do país, adicionalmente ao cenario base, e esta cobertura teria um custo incremental da ordem dos 92 milhões de euros.
O terceiro cenário, ou cenário com ‘cobertura total 5G com média frequência’, acrescenta ao cenário base a cobertura através de banda média via acesso sem fios (FWA), usando a faixa dos 3,5 GHz ou superior, para utilização rodoviária, ferroviária e rural. O modelo utilizado prevê que o investimento varie de acordo com as áreas de implementação do 5G – nas zonas mais atrativas o financeamento seria efetuado pelos operadores enquanto nas restantes zonas seria financiado publicamente.
Ao nível europeu, no que se refere aos custos-benefícios associados aos 13 casos de uso do 5G, são aqueles com os custos estimados que têm também os maiores beneficios.
Neste campo, destaca-se o caso de uso das smart factories, com benefícios estimados na ordem dos 67,1 mil milhões de euros e com 10,5 mil milhões de euros de custos (rácio custo-benefício da ordem dos 6 pontos), para a Europa. Por contraste, os hotspots urbanos têm estimados 1,5 mil milhões de euros de benefícios e 0,1 mil milhões de euros de custos (rácio benefício de 15 pontos).
A agricultura, com 45,9 mil milhões de euros de benefícios, e as estradas, com 35,2 mil milhões de euros de beneficios estimados, têm os maiores benefícios a seguir às smart factories. No entanto, são estas as áreas onde os autores estimam maior necessidade de subsídeos públicos, na ordem dos 2,4 mil milhões de euros para cada um dos casos. Os custos estimados rondam os 6 mil milhões de euros para ambos os casos.
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