A Autoridade Reguladora Francesa das Telecomunicações (ARCEP), disponibilizou os resultados de um estudo que avalia o impacto da introdução do 5G na faixa de 3,5 GHz no consumo de energia, comparando dois cenários: um, em que é usada uma rede 4G e outro, em que a rede combina 4G e uma implementação 5G.
O estudo conclui que o cenário que inclui o 5G permitirá uma poupança total de energia e uma diminuição das emissões de gases com efeito de estufa (GEE), quando comparado com um cenário de densificação de rede 4G. No entanto, o estudo considera apenas a fase de utilização destas tecnologias, sem ter em conta as fases de produção e fim de vida destas tecnologias, além disso também não inclui o “efeito de recuperação” esperado com o 5G.
Segundo o estudo, numa fase inicial, a tecnologia 5G irá gerar um aumento no consumo de energia, durante um período de tempo que depende dos diferentes cenários de lançamento do 5G. Se, no entanto, for considerada apenas a fase de utilização, os resultados de eficiência energética alcançados a partir do 5G quando comparado com um cenário de densificação de rede com apenas 4G traduzem-se nos seguintes ganhos:
A ARCEP alerta para algumas limitações do estudo, nomeadamente:
O estudo foi publicado no contexto da plataforma colaborativa da ARCEP, “Alcançar a sustentabilidade digital”, com a finalidade de ajudar a informar sobre o consumo de energia do 5G.
Apresentação dos resultados do workshop colaborativo sobre a faixa dos 26 GHz
Para além do estudo, a ARCEP apresentou também um resumo das discussões decorridas no seu workshop colaborativo sobre a faixa dos 26 GHz, que decorreu nos dias 16 e 19 de novembro de 2021. O workshop foi lançado para ouvir as partes interessadas e ajudar a responder ao pedido do Governo Francês, que “estudasse, no âmbito do atual quadro regulamentar, as formas e meios de ter em conta as questões ambientais nos critérios estabelecidos para a atribuição da faixa de frequência de 26 GHz para o 5G“.
Segundo a ARCEP, os participantes partilharam a conclusão de que uma implantação localizada e direcionada de redes usando esta banda de frequência parecia ser a mais capaz de evitar uma proliferação de hardware. Alguns colaboradores manifestaram o seu apoio à limitação desta banda a determinados usos, mas essa não foi uma visão unânime – sendo que um dos principais contra-argumentos é fomentar a capacidade de permitir usos inovadores, que são suscetíveis de ajudar a reduzir a pegada ambiental digital, a emergir organicamente. A medida em que o “efeito de recuperação” influenciará a quantidade de tráfego de dados que cada utilizador gera, bem como o impacto do “efeito de puxar” nas taxas de substituição do dispositivo, foram citados entre os indicadores que devem ser considerados.Os participantes concordaram que era crucial introduzir métricas e indicadores para obter uma medição detalhada e monitorização do impacto ambiental da implantação das redes utilizando a banda de 26 GH.
Saiba mais através da nota de imprensa da ARCEP.