Combinando as redes móveis de última geração com visão computacional e Edge Computing, foi possível projetar, em tempo real e no mesmo espaço virtual, os hologramas de colaboradores que se encontravam no Canadá, nos Estados Unidos e no Reino Unido. A iniciativa serviu para demonstrar que as tecnologias holográficas são muito mais realistas do que os avatares, podendo ser aplicadas na telemedicina, na educação, na indústria ou no entretenimento.
Três empresas de telecomunicações, juntamente com a tecnológica eslovena MATSUKO, conduziram esta semana a primeira reunião holográfica transatlântica ao vivo. Usando redes 5G de operadores distintos e ainda Edge Computing de acesso múltiplo (MEC) foi possível trazer para o mesmo palco virtual os hologramas de pessoas que se encontravam nas cidades de Toronto, no Canadá, de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e de Londres, no Reino Unido.
A demonstração aconteceu no stand da Associação Global de Operadores Móveis (GSMA) durante o Mobile World Congress, que decorreu entre os dias 26 e 28 de setembro de 2023 em Las Vegas. A iniciativa serviu para mostrar como as interações com hologramas podem vir a ser mais eficazes para fornecer experiências muito mais realistas do que os avatares em casos de usos aplicados em domínios como telemedicina, educação ou reuniões entre equipas a trabalhar no mesmo projeto.
A chamada foi viabilizada pela velocidade das redes 5G, aliadas aos rápidos tempos de resposta do MEC – arquitetura de rede que oferece recursos de cloud computing na borda (edge) da rede. Combinando estes dois recursos foi possível obter as projeções de hologramas sem os atrasos que poderiam resultar dos vários saltos entre diferentes pontos geográficos e na Internet.
Os hologramas foram criados através de um software em tempo real desenvolvido pela MATSUKO. Recorrendo unicamente a uma câmara, as imagens holográficas foram depois transmitidas usando a computação espacial – tecnologia imersiva que combina a Realidade Virtual e Aumentada.
Os avanços na conectividade, graças ao 5G e ao Edge Computing, estão a fornecer movimentos mais naturais aos hologramas, que podem expressar em tempo real emoções e gestos, abrindo uma vasta gama de aplicações. As projeções holográficas, apoiadas na velocidade e latência do 5G e em tecnologias como Inteligência Artificial, Realidade Aumentada ou visão computacional, têm vindo a ser encaradas como uma resposta para diversos casos de uso, desde manutenção e reparação de equipamentos em chão de fábricas, passando por experiências imersivas no sector do turismo, apresentações ao vivo, conferências ou reuniões de trabalho entre colaboradores localizados em partes distintas do mundo.
Com o suporte das redes de última geração, da cloud ou do Edge Computing, as tecnologias holográficas prometem transformar a comunicação em sectores que vão da Indústria, à saúde, educação ou entretenimento. Jogar online, ver filmes ou praticar desporto em ambientes virtuais, consultas médicas imersivas com especialistas de qualquer parte do mundo, abordagens inovadoras na sala de aula ou formação prática e teórica em áreas técnicas e tecnológicas através de simulação com Realidade Virtual e Aumentada são algumas experiências-piloto que começam a acontecer, prevendo-se que os hologramas se tornem mais frequentes nos próximos anos.
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📷 Crédito da imagem de abertura: PRNewsfotoMATSUKO