O inquérito da consultora EY às organizações de vários sectores em todo o mundo revela que o 5G e a IoT são largamente reconhecidos pelos gestores como estratégias basilares para assegurar a sustentabilidade financeira e ambiental das operações empresariais. As tecnologias emergentes são para 76% dos inquiridos decisivas para a redução das emissões de carbono.
As empresas veem cada vez mais o 5G, a Internet das Coisas (IoT) e as tecnologias emergentes como impulsionadores da sustentabilidade ambiental. Maior eficiência, medição mais rigorosa ou possibilidades de obter produtos e processos virtuais estão no topo da lista dos benefícios reconhecidos pelos empresários.
As conclusões surgem no novo relatório da consultora Ernst & Young (EY), que analisou o “imperativo da sustentabilidade”, procurando identificar as tecnologias que têm sido alvo de maiores investimentos por parte das empresas. Intitulado “Reimagining Industry Futures”, o estudo revela, desde logo, que o 5G e o Edge Computing aumentaram 4% face a 2022 e que 57% das entidades inquiridas planeiam investir em redes 5G nos próximos três anos.
Ao todo, 1325 empresas em todo o mundo e de diferentes sectores estiveram envolvidas no inquérito da consultora. Deste universo, 76% disseram acreditar que as tecnologias emergentes podem desempenhar um papel decisivo na redução das emissões de carbono das suas organizações.
Outros 41%, embora reconheçam o papel “amplamente positivo” das soluções tecnológicas inovadoras, também se mostram cautelosos sobre alguns dos seus riscos. Essa consciência, segundo os autores do relatório, está sobretudo relacionada com o peso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no maior consumo de eletricidade e na emissão de gases com efeito de estufa.
Curiosamente, as empresas com sede na Ásia são as que mais destacam o papel vital das tecnologias emergentes (62%), enquanto as europeias são as mais propensas a realçar que seu impacto positivo é também acompanhado por alguns riscos (49%).
Contudo, os benefícios das tecnologias emergentes, como o 5G e a IoT são largamente reconhecidos pelos empresários como estratégias a ter em conta para assegurar a sustentabilidade financeira e ambiental a longo prazo. A eficiência energética surge como a principal vantagem, seguido das ferramentas de medição e planeamento mais rigorosas. A capacidade das novas soluções produzirem menos resíduos e impulsionarem a transição digital também foram algumas das vertentes destacadas.
Ao analisar todas as tecnologias emergentes, os autores do estudo concluíram que 35% dos entrevistados encaram a Governança Ambiental (ESG, sigla em inglês para Environmental, Social, and Corporate Governance) como um critério determinante para conduzir os seus investimentos, enquanto outros 41%, consideram importante, mas não tão determinante. Os investimentos em conectividade 5G são, no entanto, os que melhor servem esses objetivos, seguido de perto pela Internet das Coisas. Por outro lado, a Realidade Aumentada, o blockchain e a computação quântica apresentam probabilidades mais baixas de investimento.
Entre as soluções que, entretanto, já foram adotadas, é o 5G e IoT que surgem como aquelas que revelam maiores retornos para a sustentabilidade ambiental. Mais de metade (55%) das empresas reconhecem que estas duas tecnologias em particular são úteis para planear e prever os objetivos relacionados com a sustentabilidade ambiental.
Outros 39% dos inquiridos preferem não destacar nenhum recurso em especial, atribuindo os impactos positivos às tecnologias como um todo. Há ainda 48% dos inquiridos que destacam o 5G e a Internet das Coisas como meios para alcançar maiores níveis de produtividade, contra 22% que atribuem esses benefícios às tecnologias emergentes de uma forma mais ampla.
A necessidade de alcançar patamares mais elevados na sustentabilidade ambiental também está a mudar a forma como os CEO lidam com os fornecedores. Mais de três quartos dos empresários entrevistados revelam que dão prioridade a parceiros que valorizam o impacto ambiental das tecnologias emergentes.
Essa mesma amostra está também convencida de que os fornecedores precisam intensificar os esforços para apresentar um portefólio de serviços mais sustentado nas preocupações ambientais. As suas reservas estão sobretudo centradas nos casos de uso de 5G e IoT oferecidos que não correspondem totalmente às suas necessidades de sustentabilidade.
Os líderes das organizações, no entanto, dizem estar conscientes de que há outras formas de obter ganhos na sustentabilidade. No inquérito da EY, 80% das empresas reconheceu que a colaboração com outras organizações e indústrias que desenvolvem modelos de negócios circulares tornar-se-á muito mais importante nos próximos cinco anos.