O alcance das redes de 5ª geração irá duplicar nos próximos três anos. O investimento dos operadores continuará a crescer, mas o equilíbrio entre o custo e o benefício só vai acontecer entre 2024 e 2025 quando a implementação do 5G estiver generalizada no espaço comunitário.
A cobertura da rede 5G na União Europeia (UE) e nos países do Espaço Económico Europeu (EEE) irá aumentar rapidamente nos próximos três anos, com a maioria dos Estados-Membros a atingir um patamar próximo dos 80% de cobertura. Essas são, pelo menos, as previsões da avaliação preliminar que a Comissão Europeia publicou, este mês, sobre o impacto da implementação das redes móveis da próxima geração nos custos dos operadores.
O estudo, realizado pelo Axon Partners Group, analisou a informação recolhida junto dos reguladores do sector em 21 Estados-membros e de alguns dos operadores desses países, concluindo que a cobertura 5G irá evoluir de 48%, até ao final deste ano, para 84% da população europeia, em 2025.
Espera-se que os dados de banda larga gerados pelas tecnologias de 5ª geração também cresçam em todos os Estados-Membros, com as estimativas de tráfego a oscilarem entre os 35% e os 70% na maioria dos países.
Em 2025, cerca de metade do tráfego de dados da União Europeia e do Espaço Económico Europeu já irá passar por redes 5G, segundo os dados disponibilizados pelos Estados-Membros. A evolução, embora possa, à primeira vista, parecer tímida, representa um salto significativo, tendo em conta que esses mesmo dados de banda larga representavam, ainda no ano passado, somente 4,5% total do tráfego. A previsão, de acordo com o relatório, é que esse valor suba para 12,1% até ao final deste ano, atingindo os 24,2% no ano seguinte, 36,5% em 2024 e, por fim, 49,6% em 2025.
Significa isto que também o consumo mensal de dados de banda larga por utilizador em redes 5G irá crescer significativamente, aponta o relatório. A estimativa é que, até 2025, o consumo total por utilizador chegue aos 34 GB/mês, onde o tráfego acima do 5G representará cerca de metade, correspondendo a 20 TB/mês em cada antena transmissora 5G.
O crescimento será, em boa parte, impulsionado pela disponibilidade da banda de 700 Mhz, uma vez que – esclarecem os autores – os países com cobertura de 3,6 GHz estão em franca minoria. Ainda antes de 2025, as faixas de 700 MHz e 3400-3800 MHz foram ou vão ainda ser disponibilizadas em 19 e 20 países que reportaram os dados. Saliente-se que a faixa dos 700 Mhz, apesar da sua menor largura de banda disponível (tipicamente 60 MHz), já desempenha um papel fundamental nas fases iniciais de implementação do 5G dos operadores graças à maior capacidade de alcance geográfico, garantindo níveis de cobertura mais elevados.
Em contrapartida, as bandas do espectro de 1400 MHz, assim como as bandas mmWave (>6GHz), irão demonstrar uma disponibilidade mais reduzida entre os Estados-Membros. Apresentando uma maior largura de banda disponível, normalmente entre 1 GHz e 3 GHz, essa capacidade será decisiva para que os operadores possam cumprir as restrições de capacidade decorrentes dos altos tráfegos esperados para dados 5G.
Ao avaliar o impacto do 5G nos custos de provisionamento dos serviços, o estudo revela também que as melhores eficiências só serão alcançadas entre 2024 e 2025 quando a implementação das redes estiver generalizada em praticamente todos os países do espaço comunitário.
Será nessa altura que que a inclusão da tecnologia 5G já irá demonstrar a melhor relação custo-benefício desta solução, levando finalmente a uma redução dos encargos. A despesa mensal adicional por assinante irá oscilar entre 0,4 e 3,5 euros, dependendo do país, mas a maior parte dos custos por GB é geralmente atribuída aos elementos ativos localizados na rede de acesso.
Procurando avaliar o impacto das redes e tecnologias da próxima geração no mercado do roaming, a Comissão Europeia ressalva que, dado o estado inicial em que se encontra a sua implementação, os resultados agora apresentados servem unicamente como uma “primeira visão” sobre a economia do 5G.
Não se podendo encarar essa informação como definitiva, os autores advertem que será obrigatória uma nova avaliação – mais completa e detalhada – a ser realizada em 2025. Até porque os indicadores aqui revelados não correspondem especificamente aos custos de banda larga em roaming, mas antes aos encargos globais de banda larga, onde a maior parte do tráfego corresponde a serviços domésticos.
As versões resumida e completa da “Avaliação preliminar de redes 5G na UE/EEE” podem ser consultadas no website da Comissão Europeia.