A ANACOM, em colaboração com outras entidades, está a promover um conjunto de workshops dedicados aos temas da Conectividade Internacional e dos cabos submarinos, assim como da European Union Atlantic Data-Gateway Platform, inseridos na Estratégia para a Rede de Dados Europeia.
Apesar de, à primeira vista, poder não ser evidente a relação entre cabos submarinos e a nova tecnologia 5G, os cabos submarinos são essenciais à conectividade digital internacional dentro da União Europeia (UE) e para fora dela, nomeadamente para facilitar o acesso a conteúdos que desejavelmente estejam alojados dentro da UE.
Se é difícil entender, imagine que está em Portugal e a trocar informação com o Brasil. Neste exemplo, se ambos os locais (partida e destino) estiverem a utilizar ligações 5G, poderíamos partir do princípio que a comunicação usando a tecnologia 5G com as características da rede portuguesa e brasileira estaria garantida. No entanto, poderá não ser bem assim.
Para garantir a velocidade, a quantidade de informação e a qualidade dos dados trocados, é necessário que a ponte que cria a ligação entre essas duas redes também acompanhem as características do 5G – estas pontes podem ser os cabos submarinos internacionais.
É aqui que entram os cabos submarinos, com ritmos de transmissão da ordem do Terabits por segundo, com modos de transmissão sempre em evolução, comportando cada vez mais lasers com mais comprimentos de onda por pares de fibras e com números de pares de fibras também em crescendo.
Sem cabos submarinos que acompanhem o desenvolvimento das redes de comunicações ao nível continental, as comunicações entre continentes estão limitadas. Seria o mesmo que colocar um automóvel preparado para alta velocidade numa estrada nacional, ou duas autoestradas interligarem-se por uma estrada nacional com cruzamentos.
Neste sentido, a quantidade e a qualidade dos cabos submarinos podem apoiar ou limitar as comunicações entre diferentes continentes mas também entre continentes e ilhas. É por isso importante desenvolver cabos submarinos de alta qualidade, para garantir que também as comunicações trocadas entre Estados distantes ou mesmo regiões dentro de um mesmo Estado, sejam de alta qualidade.
É também neste sentido que os cabos submarinos dão resposta à declaração sobre “As Portas de Dados Europeias como elemento-chave da Década Digital da UE“. Esta declaração decorreu do compromisso de 25 Estados-Membros (incluindo a Islândia e a Noruega) efetuado no Dia Digital de 2021, para reforçar a conectividade da Internet dentro da Europa e entre a Europa e as outras regiões e Continentes.
Assim, o papel dos cabos submarinos e a sua importância estarão em debate em eventos que a ANACOM está a promover, e que são os seguintes: