Dentro de três anos, o 5G e a Internet das Coisas deverão possibilitar mais 116 milhões de conexões, a nível global. Os números surgem no novo relatório da consultora internacional Juniper Reserach e representam um salto de 1100% face ao que se espera até ao final deste ano. Saúde e Cidades Inteligentes são os sectores que mais irão contribuir para alavancar esta tecnologia.
Até ao final de 2023, as conexões 5G em Internet das Coisas (IoT) deverão atingir 17 milhões de ligações em todo o mundo. O número, embora possa, à primeira vista, parecer impressionante, não se compara ao que é esperado nos próximos três anos. Em 2026, essas conexões irão dar um salto de 1100% e atingir 116 milhões de ligações. A previsão surge no estudo 5G Monetisation, da consultora internacional Juniper Research, que coloca os sectores da Saúde e das Cidades Inteligentes como os que mais irão contribuir para alavancar esta tecnologia.
Para quem não está ainda familiarizado com o conceito de IoT (sigla em inglês para Internet of Things), importa explicar, antes de mais, que em causa está uma rede de objetos físicos (veículos, edifícios, ou semáforos, por exemplo, equipados com sensores e ligados à rede móvel) capazes de recolher e de transmitir dados. A quinta geração de tecnologias sem fio liga praticamente tudo, com uma velocidade quase 100 vezes superior ao 4G. Além da rapidez, o 5G pode igualmente gerir um ecossistema massivo de dispositivos ligados entre si e à rede móvel, fornecendo alta-velocidade, latência ultrabaixa e ainda eficiência nos consumos energéticos e nos custos operacionais.
O relatório da Juniper Research analisa a adoção da Internet das Coisas suportada em redes 5G em sectores como a indústria automóvel, a Banda Larga móvel ou as casas inteligentes. Prevê-se que, em 2026, se ultrapasse pela primeira vez o marco histórico de100 milhões de conexões, com os mercados dos cuidados de saúde e das smart cities responsáveis por mais de 60% dos dispositivos IoT 5G. No caso particular das Cidades Inteligentes, o crescimento estará sobretudo relacionado com uma relação custo-eficiência na implementação e capacidade de as redes móveis transportarem quantidades significativas de dados.
No prazo de três anos, estima-se, a nível mundial, mais de 60 milhões de ligações 5G a conectar diferentes dimensões das cidades, que podem ir da monitorização do tráfego e da qualidade do ar, até a sua aplicação na iluminação pública, na gestão dos recursos hídricos ou na recolha dos resíduos urbanos, só para citar alguns casos de uso que já foram abordados no Portal 5G. O estudo conclui ainda que a monitorização dos sistemas de transportes, incluindo redes rodoviárias e ferroviárias, serão serviços-chave a depender cada vez mais de conectividade móvel 5G.
A Saúde é o outro sector que conhecerá igualmente um enorme crescimento do 5G IoT, segundo o relatório da consultora. E o investimento dos fornecedores de serviço, neste domínio, será sobretudo impulsionado pela necessidade de modernizar os serviços que, com a pandemia de Covid-19, revelaram grandes ineficiências.
Telemedicina, monitorização à distância, ambulâncias conectadas e sistemas de emergência são as áreas identificadas no estudo 5G Monetisation como as que irão conhecer grandes progressos com a integração dos serviços 5G. As redes móveis de quinta geração irão contribuir não apenas para melhorar os serviços de saúde, como irão permitir criar soluções de assistência remota para acompanhar doenças em tempo real, otimizar o transporte dos pacientes, melhorar o apoio prestado nas ambulâncias ou evitar a deslocação dos doentes às unidades de saúde.
Com conexões mais rápidas a possibilitar a transmissão de vídeo de alta velocidade e tecnologias de Realidade Aumentada e Virtual, os profissionais de saúde podem avaliar os doentes e orientar as equipas de emergência ainda antes de chegarem ao hospital. Entre as aplicações com grande potencial estão também as consultas de telemedicina, que permitem acompanhar os pacientes à distância, com acesso imediato aos seus dados.
Essa nova valência, possibilitada pelo 5G e pela Internet das Coisas, surge, segundo os especialistas, como uma solução para os meios urbanos com deficiente cobertura dos cuidados de saúde. Não menos importante são as vantagens que se esperam também da cirurgia remota com equipas médicas em diferentes pontos geográficos a poderem colaborarem entre si durante intervenções médicas ou ações de formação.
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Sobre a Juniper Research
A consultora Internacional Juniper Research, com sede no Reino Unido, fornece estudos de mercado e de business intelligence em sectores-chave que cobrem o espaço tecnológico móvel e online, juntamente com as tecnologias disruptivas. O seu trabalho destina-se, nomeadamente, a operadores e fornecedores de serviços móveis, bem como a instituições financeiras localizadas sobretudo na América do Norte, Europa Ocidental e Médio Oriente.